Terça-feira, 29 de Janeiro de 2008
PÁGINAS DA VIDA

 

Páginas da vida, quem as não tem

Qual livro que se vai desfolhando

Á medida que os anos vão passando

Escritas de alegrias e tristezas também.

 

Páginas da vida, algo que não desdenho

Apesar de ter vivido na infinita esperança

De ver realizados os meus sonhos de criança

De ter comigo tudo aquilo que não tenho.

 

Oh páginas repletas de ilusão e fantasia

Escritas na desventura desta minha poesia

Neste querer escrever levado pelo vento;

 

O livro da vida não tem folhas marcadas

É um conjunto de memórias bem guardadas

Resgatando toda a vivência, de outro tempo.

 

 

Soneto de António Teixeira da Mota



publicado por joselessa às 18:49
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Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008
FELICIDADE ADIADA

 

 

Recordo a infância e lembro por momentos

As folhas de eucalipto espalhadas pelo chão,

De fazer com elas ventoinhas, vira-ventos

De pensar ter a felicidade em minha mão.

 

Lembro de correr atrás das borboletas

No meio de campos cobertos de trigo

De fazer ramos de papoilas com violetas

De pensar ter a felicidade junto comigo.

 

Agora a vida é outra e tão diferente

Caminho sozinho, vagueando entre gente

Já não ouço o som do gorjear das cotovias;

 

Hoje resta-me a ilusão dos vira-ventos

Dos sonhos sonhados naqueles tempos

Ficou a felicidade adiada para outros dias...

 

 

Soneto de António Teixeira da Mota

 

 



publicado por joselessa às 20:33
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Sábado, 19 de Janeiro de 2008
LUTA INCESSANTE

VOU DIZER A TODA A GENTE

 

 

Vou dizer a toda a gente

Que este que vêem não sou eu,

Que esta cara molhada

É de água da chuva, e não de lágrimas;

Que isto que ouvem, é um grito da dor

Mas não é meu.

 

Vou dizer a toda a gente

Que o tempo não existe

Que o passado nunca aconteceu.

 

Mas como posso dizer

Que o tempo não existe

Que o passado não aconteceu,

Se todos sabem

Que o rapaz da cara molhada

Não é quem eu digo,

E o grito que ouvem

Não é de outro, mas é meu?...

 

Do livro "luta incessante" de António Teixeira da Mota

 



publicado por joselessa às 20:42
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008
LUTA INCESSANTE

PELOS CAMPOS

Quando ando pelos montes

E vejo campos floridos

Penso em ti.

 

Apanho braçados de flores campestres

Faço um ramo misturado

De alfazema com jasmim,

A ele junto afectos e carinhos

Nele coloco toda a fantasia que existe em mim,

E aquelas flores cheirosas

Que mais parecem um ramo de rosas

São a prova que os espinhos

Nesta terra já tiveram o seu fim.

 

Depois,

Subo ao cume do monte

E bem perto do firmamento

Abraço o ramo que é teu

Atiro as flores todas ao vento,

E em silêncio

Peço-lhes que as leve até ti

Que as faça chegar ao céu.

 

 

Poema de António Teixeira da Mota do seu livro " LUTA INCESSANTE"



publicado por joselessa às 20:25
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Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2008
LUTA INCESSANTE

POEMA V

 

QUANDO ESTOU SOZINHO

 

 

Quando estou sozinho

Por vezes

Dou comigo a falar contigo.

Falo

Tu vais ouvindo e não respondes...

 

Continuo a falar

Tu vais ouvindo e não respondes...

 

Quando paro...

 

Quando paro sei

Que apesar de calado, estás comigo,

Que o teu rosto está sorrindo.

 

Quando paro sei

Que estamos os dois, lado a lado

Nos divertindo.

 

 

POEMA Vl

 

 

OS TEUS AMIGOS

 

 

Os teus amigos

Aqueles que te conheceram

Possuem de ti, algo para me dar.

 

Eu vou guardando dos teus amigos

As palavras, que me ajudam a ver

E a te encontrar.

 

 

Poemas de António Teixeira da Mota do seu livro "LUTA INCESSANTE".



publicado por joselessa às 21:18
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Terça-feira, 15 de Janeiro de 2008
LUTA INCESSANTE

POEMA lll

 

Se pudesse

 

 

Se pudesse

Fazer a vida voltar atrás

E fazer com que tudo fosse diferente...

 

Se pudesse

Manter aquele barco parado no cais

Anular a tua viagem a Maquela

E não deixar tudo aquilo acontecer...

 

Ah, se pudesse

E se me fosse possívél alterar o teu destino;

Regressava de novo ao ventre dela

E voltava a nascer

Para ser outro menino.

 

 

Poema lV

 

 

O verdadeiro

 

 

Nos objectos do teu espólio

Procurava mas não te encontrava...

Sentia a tua presença

Mas não te via...

 

Tinha apenas a imagem

Que a minha fantasia de ti fazia

Mas não era essa que queria...

 

O que queria

De verdade

Era ter-te a meu lado

De corpo inteiro.

 

Então, para te ter

Vestia a tua farda

E pensava

Que eu

Eras tu

O verdadeiro.

 

 

Poemas de António Teixeira da Mota do seu livro " LUTA INCESSANTE"



publicado por joselessa às 21:00
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Segunda-feira, 14 de Janeiro de 2008
POEMA ll

A TUA POESIA

 

Eu não escrevo

És tu

Quem comanda a minha mão.

 

Como podia

Escrever sem parar

Ter imaginação igual a esta

Se ninguém

Da noite para o dia

Ao acordar se vê poeta?!

 

Aquilo que escrevo

Sai do meu peito

Mas corresponde à tua fantasia;

Eu não escrevo

Apenas transcrevo

A tua poesia.

 

 

Poema de António Teixeira da Mota do seu livro LUTA INCESSANTE.



publicado por joselessa às 21:52
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Domingo, 13 de Janeiro de 2008
Poemas de um orfão da Guerra

Luta incessante

 

Nesta luta incessante

De te procurar

Tambem luto contra moinhos de vento,

Também com a minha espada

Desfaço castelos que existem no ar...

 

Nesta luta incessante

De te procurar

Vou continuar de luto

Até vencer

A minha luta de te encontrar...

 

 

Poema de António Teixeira da Mota sobre seu Pai, falecido em Angola, na Guerra Colonial.

Este é apenas um dos poemas que António Mota dedicou a seu Pai.

Na apresentação do livro, António Mota diz:

 

a meu pai,

pela forma como dedicou a vida à Família,

e pelo desejo de voltar para junto dela,

 

pela forma como preparou

e nos ajudou a realizar

a sua viagem de regresso

obrigado.

 

 

Como nota, acrescento que o António Mota perdeu o Pai quando tinha apenas 17 meses de vida...

Na altura dos acontecimentos, o Estado exigiu à família 10.000$00 para fazer regressar os restos mortais do Sargento Mota, estavamos em 1962, a familia não tinha posses para o trazer de volta.

Só em 1996 e graças a algumas boas vontades foi possivél fazer um funeral digno a um Militar que morreu em serviço e mesmo assim graças a seu filho António que travou e ganhou uma "Luta Incessante" ao fim de 34 anos.

Como Pai e ex-combatente orgulho-me de ter o António Teixeira da Mota como amigo.

Obrigado António

 

José Lessa

 

 



publicado por joselessa às 18:38
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