Mais um amigo que parte.
Bom amigo e Médico exemplar, daqueles que tinha hora para entrar mas não para sair.
Trabalhei com ele, indirectamente claro, muitos anos, mais de 30, por isso não preciso de procurar muto no meu album de recordações.
O Hospital Geral de Santo António, ficou mais pobre e os seus doentes nunca o esqueceram
Nesta altura seria muito fácil encontrar muitas palavras bonitas para me despedir de ti Rui, mas tú não gostarias de ler, nunca foste dessas "merdices", par ti 2 e 2 eram 4...
Vou-te deixar um poema de Fernando Pessoa, sei que darás muito mais valôr a tudo o mais que eu aqui diga:
A morte é a curva da estrada.
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
Adeus Rui, até um dia...
De
joselessa a 16 de Dezembro de 2009 às 18:26
Olá meu amigo Dr. José Lessa!
Tenho andado um pouco desligado da Internet, mas quando o faço, procuro ver o que o meu amigo tem lançado no seu blog.
Foi assim que tomei conhecimento do comentário de Ana Martins, (filha do nosso querido AMIGO Dr. Rui SECA), a quem através do seu blog, envio os mais sentidos pêsames e votos de confiança pela vida fora, pois seu PAI velará por ela e seus irmãos, assim como velou por todos nós transplantados.
Meu amigo, como não vi referencia à data do 1.º aniversário da partida do Dr. RUI, permiti-me comunicar-lhe que se vai realizar por Alma do nosso AMIGO, uma missa no próximo dia 14 de Janeiro, às 11 horas, na capela do Hospital Santo António. Certamente lá estarão muitos dos seus doentes, exprimindo a saudade que lhes vai no coração.
Sabe sempre bem falar-mos e lembrar-mos os amigos, que partiram mas ficaram no nosso coração.
É como se estivesse pessoalmente a partilhar da nossa conversa. Sabemos que partiu, nos entanto sentimos a sua presença. É uma agradável sensação, depois de um terrível pesadelo.
Com isto me despeço.
Os meus melhores cumprimentos.
Serafim Neves
De
joselessa a 26 de Dezembro de 2009 às 23:03
a vida jaz com um suspiro da morte
o lascivo gosto do rancor abstrato
em brumas noturnas festejas
displicente ao próprio ato.
os corpos tombam aos milhares
onde se refestelam os vermes da terra
sangue, carne e ossos em bandejas fúnebres
banquete mórbido da matéria que se esfacela.
um agônico suspiro precede o fim da vozes
cerram-se os olhos dando adeus à sorte
ecoando à sua volta trombetas nefastas;
veloz corcel negro, gélido vento do norte.
furtiva, aproximas indiferente aos prantos.
tristeza dos que ficam, alívio pra quem parte.
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